Jogo da vida

nessa arte de viver
não numa disputa em que se busca uma vitória
sobrepondo-se a um adversário
porque a pedra que tiramos de nosso caminho
não passamos para outro
o que fazemos é reloca-la
numa nova posição
bloqueando outro caminho
talvez o melhor para seguirmos
difícil a escolha
na complexidade de caminhos
cheios de bifurcações
cansando-nos de entender nossas falhas
tentativas mudando o nada para outro nada
quem sabe o outro nada fosse um caminho
como se aquela pedra continuasse em nosso encalço
bloqueando outros atalhos
pedindo nossa atitude em movê-la
motivando os medos sempre presentes
levando-nos a conclusão dolorida
de que nessa arte que poderia ser um jogo
não importa os pseudo-oponentes
porque nesse jogo, o da vida
entre todas as perdas e ganhos
descobri que na realidade
o ganhador e o perdedor
sou eu mesmo

Henrique Pinto – 13.10.09